A arte, em suas diversas formas, faz rir, traz lembranças à tona, provoca revoluções e protestos. A arte emociona. Presente em toda a história, é representada e ganha vida por meio das técnicas de artistas. Com elas, expressa ideias de maneira intuitiva, visual e criativa, revolucionando as visões do mundo. E as artistas negras têm um papel importante dentro disso.
É bastante comum que ao falar sobre arte, logo se imagine o nome de algum artista. E, em sua maioria, artistas homens e brancos. Certamente, os desafios de ser artista são enormes para qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo. Porém, quando se trata de artistas mulheres, sobretudo artistas negras, esse desafio é ainda maior.
Pensando na representatividade dentro desse universo, selecionamos cinco artistas negras, de diferentes épocas. Conhecer a história delas é também observar a relevância da cultura afrodescendente nos mais diversos tipos de arte. Aproveite para se inspirar.
Conheça 5 artistas negras que fazem parte da história
1. Irmã Rosetta Tharpe – Música
Nascida como Rosetta Nubin, em 1915, no Arkansas (Estados Unidos), Sister Rosetta Tharpe ficou conhecida como madrinha do “Rock’n Roll” e teve um papel importante na criação do ritmo.
Rosetta foi uma das responsáveis por popularizar o estilo musical “gospel” entre os anos 30 e 40. Unindo o “Gospel” ao “Blues” e acelerando suas batidas, a artista se tornou pioneira ao usar distorção pesada na guitarra, técnica que se tornaria o “Rock’n Roll” no futuro.
Em uma sociedade segregada em que negros e brancos não podiam tocar músicas juntos, Rosetta sempre usou sua arte para unir pessoas. A madrinha do “Rock’n Roll” persistiu nesse objetivo durante toda a sua carreira e realizou turnês até sua morte, em 1973.
Tharpe mudou completamente a história da música, inspirou Elvis Presley, Johnny Cash e Bob Dylan, e entrou no “Hall da Fama do Rock’n’Roll” em 2017 como uma das primeiras influências do gênero.
2. Maria Auxiliadora – Pintora
Maria Auxiliadora foi uma pintora e artista brasileira, que retratou seu cotidiano e cultura, representando o seu dia a dia e de seus familiares nos subúrbios de São Paulo.
De origem humilde, nasceu em Minas Gerais e se mudou com a família para São Paulo aos três anos. Com 12 anos, deixou de frequentar a escola e passou a trabalhar como empregada doméstica para ajudar no sustento de sua família, retomando os estudos apenas aos 37 anos.
Maria Auxiliadora começou a se interessar pela arte ainda jovem e aprendeu a bordar com a mãe aos 9 anos. Na adolescência, se dedicou ao desenho com carvão e lápis de cor e, mais tarde, iniciou a pintura com guache. Na vida adulta, aos 32 anos, passou a se dedicar integralmente à pintura a tinta a óleo.
Utilizando uma mistura de tinta a óleo, massa plástica e mechas do seu próprio cabelo, formava relevos na tela, técnica que se caracterizou como a sua assinatura. Suas obras retratam a capoeira, o samba, a Umbanda, o Candomblé, os orixás e atravessam por muitos temas afro-brasileiros.
3. Ana Flávia Cavalcanti – Teatro/Cinema
Um nome que não pode deixar de aparecer nesta lista de artistas negras é da autora, atriz, diretora, roteirista e ativista Ana Flávia Cavalcanti.
Ana Flávia nasceu em Eldorado, periferia de Diadema, na Grande São Paulo. Com 18 anos, mudou-se para a zona leste. A artista ganhou destaque nacional ao interpretar a diretora Dóris em “Malhação: Viva a Diferença” em 2017 e a inspetora Miriam em “Amor de Mãe” em 2020.
Mulher negra, artisticamente versátil, ela conta histórias através da arte criando narrativas para mulheres como ela: pretas, pardas e periféricas. Suas obras provocativas são um convite para um olhar crítico e social para a atualidade. É o caso da sua performance mais conhecida, em “A Babá Quer Passear”, na qual discute sobre os direitos e condições das empregadas domésticas no Brasil.
4. Rosana Paulino – Artes visuais
Rosana Paulino é uma artista visual, curadora, pesquisadora e educadora. Doutora em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo (1995), aborda em suas obras temas como identidade de gênero, etnia e questões sociais das mulheres negras brasileiras. Para isso, faz uso de diferentes técnicas, como pintura, gravura, escultura, fotografia, serigrafia e costura.
Nascida e criada em São Paulo, demorou quase 22 anos para ter uma obra sua exposta em uma instituição tradicional, como a Pinacoteca de São Paulo. Hoje, Paulino é reconhecida internacionalmente, tendo suas obras expostas no Brasil e no exterior.
5. Ingrid Silva – Dança
Com apenas 8 anos, Ingrid Silva iniciou no balé por meio do projeto social “Dançando Para Não Dançar”, no Rio de Janeiro. Em 2007, ganhou uma bolsa de estudos para o Dance Theatre of Harlem School, onde passou a dançar profissionalmente e se tornou a primeira bailarina da companhia.
Co-fundadora do Blacks in Ballet, movimento que compartilha com o mundo a história de bailarinos e bailarinas negras, Ingrid tem um papel importante na representatividade de artistas negras no balé. Diante da falta de acessórios e figurinos em seu tom de pele, a bailarina passou a customizar a cor das sapatilhas que utilizava com uma base líquida.
Após 11 anos customizando suas próprias sapatilhas, o modelo usado por Ingrid passou a ser produzido para seu tom de pele, influenciando o mercado a pensar diferente. Hoje, Ingrid Silva tem sua sapatilha de ponta pintada à mão exposta no acervo do Smithsonian – Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana em Washington D.C.
Já conhecia a história dessas 5 artistas negras? Seja como artista plástica, música, pintora, atriz ou em outras profissões relacionadas a esse universo, a mulher negra tem um papel importante na história da arte. Qual mulher negra e artista que inspira você? Compartilhe nos comentários!
Texto escrito por
Lais Lodi
Oi, eu sou a Lais! No interior do estado de SC começa a minha trajetória, é de lá que eu trago as minhas raízes e minhas influências que refletem em quase tudo que faço.Mas, é em Florianópolis que eu moro e trabalho desde 2012, lugar em que criei laços e fiz morada (por enquanto).
Sou graduada em Administração e tenho paixão por gerar experiência, sou entusiasta das mídias de comunicação, sou curiosa e composta de um monte de ideias.
Acredito que por meio da escrita é possível apresentar novos olhares para diversos contextos.
Não escrevo só porque preciso, mas sim porque é escrevendo que melhor me expresso.
Conteúdos produzidos pelas alunas do Curso de Conteúdo Criativo e SEO da Awalé.