No Brasil, aproximadamente 50% dos cientistas são do sexo feminino, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que deveria representar equidade de gênero, na verdade, esconde um perfil machista e segregador: menos de 10% delas são cientistas negras.
E o problema vai muito além. No geral, elas têm menores salários que os homens, menor quantidade de artigos publicados e recebem menos citações de conteúdos que os colegas do sexo oposto – mesmo produzindo mais de 70% dos artigos científicos do país.
Atualmente, o Brasil tem sofrido com o corte de verbas e com a desvalorização da ciência, o que vêm causando grandes transtornos para o desenvolvimento tecnológico e científico, evidenciando um problema que sempre existiu em nosso país.
Para mudar esse cenário, conheça 7 das principais cientistas negras que romperam os paradigmas e conquistaram seu espaço dentro de um cenário tão árduo e conflitante.
7 cientistas negras para você conhecer agora mesmo
Buscamos fatos sobre cada uma delas, para que você as conheça e se surpreenda com essas mulheres fantásticas, confira:
1. Sônia Guimarães:
Nascida em São Paulo (1957), Sônia é graduada em licenciatura plena em Ciências (1979). É a primeira docente negra do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), quando a instituição ainda não aceitava a admissão de mulheres como estudantes.
Além disso, ela também é mestra em Física Aplicada pela Universidade Federal de São Carlos (1983 e especialista em Química e Tecnologia dos materiais e dos Componentes (1986).
Sônia tornou-se doutora em materiais eletrônicos pelo Instituto de Ciência e Tecnologia, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, trabalhando com microscopia eletrônica de varredura.
2. Katemari Rosa
Nascida no Rio Grande do Sul, é graduada em Física pela UFRS e possui mestrado em ensino, filosofia e História das Ciências pela UFBA.
Ela adquiriu titulações no exterior, obtendo mestrado e doutorado na área de Ciência da educação.
Katemari é professora adjunta da Universidade Federal da Bahia, onde coordena a área do PIBID Física e também é integrante da Sociedade Brasileira de Física, além de sócia da Sociedade Americana de Física.
A cientista também é membro da Organização Nacional de Gays e Lésbicas Cientistas e Profissionais Técnicos (NOGLSTP) e da Associação Brasileira de Pesquisadoras/es Negras/os (ABPN).
3. Dani Monteiro
Bacharel em Tecnologia em Processamento de Dados (2005), fez mestrado em Engenharia da Computação (2015) pela USP.
Tem mais de 20 anos de atuação, com grandes contribuições nas áreas de Dados e Inteligência Artificial do país, sendo referência entre cientistas negras na área de Análise de Dados.
Dani ganhou prêmios importantes dentro e fora do Brasil. Atualmente ela é TEDx Speaker, instrutora do Linkedin Learning e atua como Arquiteta de Soluções na Microsoft.
4. Kizzy Terra
Nascida em Porto Alegre (1995), Kizzy é bacharel em Engenharia da Computação (2014) pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Em seguida, fez mestrado em Matemática Aplicada, Modelagem Matemática e Análise de Informação (2017) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Atuou como analista de dados de utilidade pública na FGV e no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Sua bandeira é difundir o ensino de programação, ciência de dados e inteligência artificial para ampliar o acesso à educação de qualidade e às oportunidades no mercado de trabalho. Bacana, né?
5. Enedina Alves
Nascida em 1913, Enedina foi a primeira mulher negra a se formar em Engenharia no Brasil, pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).
Durante sua carreira na engenharia, Enedina participou de obras importantes, como a construção do Colégio Estadual do Paraná e a Usina Capivari-Cachoeira.
Apesar das desigualdades, a engenheira conquistou seu espaço e foi muito respeitada, tornando-se exemplo de determinação e liderança. Foi uma das cientistas negras pioneiras do país.
Foi vítima de infarto no ano de 1981.
6. Maria Beatriz do Nascimento:
Sergipana (1942-1995), Maria Beatriz foi historiadora, professora, roteirista, poeta e ativista pelos direitos humanos dos negros e mulheres brasileiras.
Formou-se em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, depois, foi pós-graduada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1984.
Maria Beatriz cursou mestrado em Comunicação Social pela UFRJ.
7. Taynara Alves:
Nascida em Santa Catarina, a jovem cientista iniciou como técnica em Química. Em seguida, cursou Gestão de Negócios e Inovação pela Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Sebrae em 2019.
Taynara decidiu empreender, criando sua StartUp (InQuímica), com um produto inovador que já recebeu premiações.
E você, já conhecia algumas dessas cientistas negras que apresentamos? Então, gostaria de compartilhar alguma cientista que não estava na lista? Conta pra gente nos comentários!
Texto escrito por:
Texto por Maria Idalina Pinto
Maria Idalina é nordestina com orgulho, mãe, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, apaixonada pela família, por tecnologia, inovação, filosofia, criatividade e pets.
Em processo de transição de carreira e também pessoal, abraça a sua criança interior.
Cita: “Nasci para fazer tudo aquilo que dizem que a mulher não pode” (autor desconhecido).
Conteúdos produzidos pelas alunas do Curso de Conteúdo Criativo e SEO da Awalé.