Ser mulher significa ser potência, por isso vêm tomando o seu espaço durante anos na história. Apesar de o machismo ser ainda um dos fatores que afastam o gênero feminino de altos voos, algumas dessas influências fizeram o seu caminho: na dança, na luta, no esporte, e principalmente na música. Temos muitas referências de artistas negras, mas hoje vamos falar de duas mulheres no samba.
O samba é um gênero musical que foi formado majoritariamente por homens,mas ao lado da cena, existiam mulheres que não só abrilhantaram as rodas com suas danças mas soltaram a sua voz e hoje, são conhecidas como grandes sambistas brasileiras, são elas: Clementina de Jesus, Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Leci Brandão, Tereza Cristina…
Neste artigo você conhecerá duas mulheres no samba que são protagonistas desse enredo.
Mulheres no samba: Clementina de Jesus
A primeira mulher no samba que iremos falar é Clementina de Jesus, também conhecida como Tina ou Quelé, nascida em uma comunidade periférica no sul do Rio de Janeiro, era filha e parteira e de violeiro.
A sua mudança para a capital fez com que acompanhasse o surgimento e desenvolvimento da escola de samba Portela, onde começou a frequentar desde cedo rodas de samba da região.
Depois de casar-se foi “descoberta” pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho que a levou para participar do show: Rosa de Ouro, rodando assim, algumas capitais mais importantes do Brasil.
Desde então Quelé foi construindo o seu caminho em diversos lugares, tornando- se conhecida pelo seu timbre de voz inconfundível, e exalava simpatia e cuidado, por isso era apelidada muitas vezes de “mãe”, sua ternura era evidente. Essa é uma das mulheres no samba que marcou e marca gerações.
A rainha deixa seu legado com 86 anos proveniente de um derrame, mas o seu talento e sua resistência estão vivos ainda na memória de milhões de brasileiros.
Mulheres no Samba: Ivone Lara
Uma das mulheres no samba que você irá conhecer é Ivone Lara, também carioca e mulher negra, ela foi a primeira mulher a assinar um samba enredo e a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba, a Império Serrano.
A primeira dama do samba, como é conhecida, veio de um berço musical, a sua mãe era cantora e o seu pai violonista, mas mesmo assim Ivone se formou em enfermagem e em serviço social onde exerceu a profissão por mais de 30 anos.
A sua história com a música além da infância adveio da morte dos seus pais, com apenas 13 anos, foi morar com seus tios onde aprendeu a tocar cavaquinho.
Casou-se com o presidente da escola de samba Prazer de Serrinha, Oscar Costa, onde teve contato direto com o gênero, trazendo assim mais bagagem e emoção na sua carreira.
Além de cantora e compositora, também foi atriz e fez alguns personagens bastante conhecidos como: O Sítio do Pica Pau Amarelo, onde atuou como Tia Nastácia. Dona Ivone morreu com 96 anos, mas até os dias atuais continua sendo uma das mulheres no samba e nas telinhas que vale a pena ser lembrada.
A voz feminina ecoa por todos os cantos do Brasil, com muito gozo, mas também com ardor, principalmente por viver em uma época onde somente o homem tinha talento, mas as mulheres não desistiram de lutar, por isso é necessário evidenciar o quanto essas pretas fizeram e fazem do seu timbre uma verdadeira veemência para os seus quilombos.
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