Angela Davis: a luta pelos direitos civis e sua relevância nos tempos atuais

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Angela Davis é ativista, filósofa, professora e escritora. Sua história possui grande relevância para as lutas anti racista, pelos direitos civis e feministas. Integrante do Partido Pantera Negra em 1968, e condecora com o prêmio Lênin da Paz em 1979. Davis continua difundindo seus conhecimentos por meio de seus livros como Mulheres, Raça e Classe; Angela Davis, Uma Autobiografia; A Democracia da Abolição. E também através de seus atos de grande relevância, como o discurso realizado em 2017, na marcha das mulheres contra Donald Trump em Washington, onde Angela discursou sobre a representatividade das mulheres:

“Em um momento histórico desafiador, vamos nos lembrar de que nós somos centenas de milhares, milhões de mulheres, pessoas transgênero, homens e jovens que estão aqui na Marcha das Mulheres. Nós representamos forças poderosas de mudança que estão determinadas a impedir as culturas moribundas do racismo e do hétero-patriarcado de levantar-se novamente.” Com discursos carregados de força, Davis segue relevante até os dias atuais.

Conheça mais da sua história e importância a seguir!

Infância e contexto político de Angela Davis

Angela Yvonne Davis nascida e criada em Birmingham, Atlanta, em 26 de janeiro de 1944, cresceu em uma família engajada politicamente em uma época de forte segregação racial, no sul dos Estados Unidos. Entre 1877 e 1965, leis racistas e segregadoras foram aplicadas: banheiros, bebedouros, escolas e locais de convívios, eram separados para indivíduos brancos e para indivíduos negros. Cada estado do sul, tinha a liberdade de criar as “Leis Jim Crow” de acordo com suas especificidades. Na Flórida, crianças brancas e negras eram proibidas de frequentar as mesmas escolas.

Os Pais de Angela Davis eram professores e ativistas em um movimento antirracista, denominado NAACP, sigla em inglês que em português significa “Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor”. Essa instituição era formada por intelectuais, que combatiam as leis Jim Crow, através do requerimento de providências judiciais. Era considerada a maior organização de defesa dos direitos civis no mundo.  Assim, davis cresceu em um ambiente com fortes referências de luta e resistência, em meio a uma das maiores organizações de supremacismo branco e terrorismo já existente nos EUA, a Ku kux klan.

Formação acadêmica e militância

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Angela iniciou os estudos marxistas aos 15 anos, durante o ensino médio na escola de Elisabeth Irwin em Nova York. Aos 17, ingressou na Universidade  de Brandeis, Massachusetts, e logo em seguida, ganhou uma bolsa de estudos em Paris. Após a volta do intercâmbio seguiu os estudos com foco em filosofia, com o auxílio e orientação do seu Professor Herbert Marcuse, conhecido como “Pai da esquerda”.

Antes de se aliar ao Partido dos Panteras Negras, iniciou sua luta em organizações pacíficas a favor dos direitos civis e abolição da segregação racial, no Comitê Estudantil de Coordenação Não Violenta. Em 1965, Davis realizou sua pós-graduação em Filosofia em Frankfurt, e ao retornar aos EUA decidiu ingressar em atividades políticas dos direitos da população negra. 

Em 1968, Davis entrou no Partido dos Panteras Negras e também no Partido Comunista. A partir dali, iniciou sua trajetória na educação como professora assistente na UCLA – o que dura pouquíssimo tempo – pois suas relações com o partido comunista desagradaram Ronald Reagan, governador da Califórnia. Davis foi acusada de comunista e, portanto, não tinha permissão para dar aula, gerando grande repercussão nacional e protestos. Porém, em 1969, a militante perdeu a batalha legal e foi demitida da universidade. 

Prisão de Angela Davis em 1970

Davis sofreu fortes perseguições por conta de sua luta aliada ao movimento comunista e contra o encarceramento em massa, resultando em sua prisão em 1970. Ao ser condenada à prisão, por ser vinculada ao assassinato de um juiz e dois promotores que estavam ligados a presos políticos do Partido Pantera Negra, o autor do disparo usava uma arma de Angela. E por isso, foi acusada por todos os assassinatos. Movimentos em prol de sua liberdade se alastraram pelo País, aumentando sua visibilidade. Davis passou 18 meses em prisão preventiva. Após sua inocência ter sido comprovada, voltou ao mundo acadêmico e se tornou professora de História na Universidade da Califórnia.

Visita ao Brasil 2019 

Em sua visita ao Brasil em 2019, para o lançamento de seu livro “Angela Davis: Uma Autobiografia”. Mencionou a importância da luta das mulheres negras brasileiras, referenciando nomes importantes como o de Conceição Evaristo, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e também de Carolina Maria de Jesus. 

Uma de suas palestras foi gravada e transmitida ao vivo através do YouTube (clique aqui para assistir na íntegra) Nos últimos anos, Angela Davis segue fazendo palestras, divulgando seus livros, em diversos países, principalmente em universidades. Sua voz continua ecoando de geração em geração, sempre se atualizando e conseguindo criar uma ponte com a população mais jovem, mantendo seu legado de resistência e luta constantes. Acompanhe as nossas publicações e conheça outras mulheres negras incríveis! 

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Texto por Tayna Santos – Turma 5

Tayna Santos é graduada em Têxtil e Moda pela Universidade de São Paulo. Ama aprender sobre tudo relacionado a trabalhos manuais como artesanato, Comunicação e Design!

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