O empreendedorismo feminino é uma ferramenta importante na busca pela igualdade de gênero. Nos últimos anos, o número de mulheres empreendedoras tem crescido. No Brasil, a quantidade de mulheres que comandam os seus negócios chega a 10,3 milhões.
Porém, elas ainda enfrentam barreiras para crescer. Mesmo com toda a sua potência, aquelas que escolhem o caminho do empreendedorismo encontram desafios.
O incentivo ao empreendedorismo feminino traz benefícios sociais e financeiros. Por isso, é preciso apoiar as mulheres que escolhem esse caminho profissional.
Neste artigo, vamos entender os desafios que as mulheres enfrentam ao empreender. Também vamos destacar a relevância do empreendedorismo feminino. Além disso, veremos histórias de mulheres empreendedoras para nos inspirar.
Continue a leitura para descobrir!
Desafios do empreendedorismo feminino
Mesmo com o avanço feminino no mercado de trabalho, a capacidade profissional das mulheres ainda é muito questionada. Quando falamos de mulheres negras e indígenas, o preconceito é ainda mais forte.
As mulheres negras, por exemplo, são as empreendedoras que mais trabalham sozinhas. Por terem negócios menores, acabam não conseguindo contratar. Com isso, ficam sobrecarregadas e têm mais dificuldade para crescer.
Estes são alguns desafios que as mulheres enfrentam ao criarem os seus negócios.
Empreendedorismo por necessidade
Muitas mulheres se tornam empreendedoras por falta de oportunidades. Com a dificuldade para encontrar emprego, abrir um negócio acaba se tornando a única opção.
A decisão de empreender impulsiona a independência financeira. Ainda assim, grande parte dessas mulheres não conseguem se qualificar. Isso impacta no desenvolvimento do negócio.
Fazer cursos ou criar parcerias pode ser uma forma de superar esse desafio. O foco deve ser profissionalizar o negócio.
Dupla jornada
Por se responsabilizar pelos cuidados com a casa e com os filhos, a dupla jornada também é um desafio para as empreendedoras.
A falta de apoio nos cuidados domésticos atrapalha a evolução do negócio. Em geral, as mulheres gastam o dobro do tempo que os homens nos cuidados com a casa. Com isso, é mais difícil priorizar as demandas da carreira.
Além da dificuldade de desenvolver a empresa, também falta tempo para descansar.
O desafio é complexo, porque está ligado à forma como as tarefas são divididas socialmente. Buscar uma rede de apoio é uma possibilidade para diminuir a carga de trabalho.
Falta de financiamento
Conseguir financiamento ou crédito também é mais difícil para as empreendedoras.
Por um lado, investidores preferem as empresas lideradas por homens. Do outro lado, os bancos consideram as mulheres melhores pagadoras, mas as barreiras culturais dificultam que elas busquem o crédito.
A barreira acaba impactando o crescimento dos negócios femininos.
Para romper esse desafio, é preciso dar atenção à educação financeira. Entender quais são as possibilidades de crédito e financiamento é o primeiro passo. Depois, é essencial não ter medo de buscar por parcerias.
A importância das mulheres no universo empreendedor
Ainda que enfrentem desafios, as mulheres não têm se intimidado. O número de empreendedoras está crescendo e isso é muito importante para toda a sociedade.
Mais mulheres liderando negócios significa mais igualdade entre os gêneros. Para as mulheres negras e indígenas, construir uma empresa bem sucedida pode transformar a vida de suas famílias.
As iniciativas para fortalecer negócios femininos também têm aumentado. Empresas como Sebrae, Itaú e Boticário estão promovendo ações para auxiliar negócios femininos. Além disso, o governo criou a Estratégia Nacional do Empreendedorismo Feminino para apoiar mulheres.
Apoiar e incentivar a diversidade e inclusão no meio empresarial traz benefícios. Através do fortalecimento das empresas delas, mais empregos são gerados. Isso também impacta diretamente na economia do país.
Porém, essa também é a oportunidade de promover mudanças sociais. O aumento do empreendedorismo feminino faz com que mais mulheres estejam em posição de liderança.
Além disso, eles também aumentam a independência feminina. Isso significa que as mulheres irão depender menos de outras pessoas para se sustentarem.
Ou seja, através do apoio ao empreendedorismo feminino é possível mudar realidades.
Mulheres empreendedoras para se inspirar
Já entendemos como o empreendedorismo feminino é importante. Agora, é hora de ver histórias de outras mulheres para se inspirar.
Estas empreendedoras superaram as dificuldades e criaram grandes empresas. Elas nos mostram que é possível alcançar o que quisermos.
Monique Evelle
A baiana é empreendedora desde os 16 anos. Ela criou o Desabafo Social, com objetivo de capacitar e gerar renda para a sua comunidade. Atualmente, ela é investidora, participa do Shark Tank Brasil e criou a comunidade Inventivos, para capacitar outros empreendedores.
Ela sempre procurou abrir caminhos para outras mulheres negras empreendedoras. Além disso, ela tem buscado levar um maior número de investimentos para negócios de Salvador.
Zica Assis
Zica é a fundadora da rede de salões Beleza Natural. A carioca foi babá, faxineira e empregada doméstica antes de empreender. Apesar disso, o seu sonho era criar produtos específicos para cabelos crespos.
Depois de fazer um curso de cabeleireira, desenvolveu seus primeiros produtos e abriu um salão. Hoje, já são mais de 25 institutos de beleza espalhados pelo país.
Nath Finanças
Influenciadora e empreendedora, Nath tem o objetivo de levar educação financeira para as camadas mais carentes do país. Para ela, saber como lidar com o dinheiro pode ajudar a mudar a realidade da população brasileira. Ela lançou o Nath Play, uma plataforma acessível com conteúdos sobre finanças.
Katyana Xipaya
Katyana é líder da comunidade indígena Ribeirinha de Jericoá 2, em Altamira, no Pará. Ela começou seu negócio vendendo frutas desidratadas. Depois, após aprender como cultivar o cacau, passou a fazer chocolates. Assim nasceu a marca Sidjä Wahiü.
O objetivo dela é deixar o legado do empreendedorismo para sua comunidade. Além disso, ela quer promover negócios sustentáveis.
We’e’ena Tikuna
A artista e estilista criou a grife chamada We’e’ena Tikuna Arte Indígena. Seu objetivo é promover a sustentabilidade e a história do povo Tikuna. A marca cresceu e We’e’ena levou suas criações para as passarelas do São Paulo Fashion Week.
Se você quer saber mais sobre a importância da diversidade no ambiente empresarial, leia o artigo Empreendedorismo negro: conheça iniciativas que estão mudando a história.
Formada em Estudos de Mídia pela UFF, já escreveu de tudo um pouco. Desde conteúdos para redes sociais, até roteiros de cursos e podcasts, ela nunca rejeita uma aventura pela escrita. Apaixonada por livros e moda, está sempre pensando na próxima leitura ou no próximo lookinho que quer comprar. Mora em Niterói e adora o calor do Rio de Janeiro.