Escritoras africanas: conheça mais 3 mulheres negras para ter na estante

escritoras africanas

Amantes da literatura com certeza se aventuram em diversos gêneros. Agora, observe quantas escritoras africanas estão entre a sua lista de leitura?

Embora tenhamos políticas públicas, ações afirmativas e a Lei 10.639/2003 que garante o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na escola, muitos de nós não tivemos contato com narrativas literárias de protagonismo negro. 

Para evidenciar algumas das vozes mais importantes da literatura africana, listamos escritoras africanas para você incluir na sua estante. Confira:

Leia escritoras africanas

 Escritoras africanas – Chimamanda Ngozi Adichie

Provavelmente, você já ouviu falar da escritora africana Chimamanda Ngozi Adichie. Considerada uma das mais conhecidas autoras da literatura africana, a nigeriana já teve suas obras traduzidas para mais de 30 idiomas e conquistou diversos prêmios.

Ela nasceu em Enugu, na Nigéria, em 1977. É autora dos romances Meio sol amarelo (2008) – vencedor do Orange Prize, adaptado para o cinema em 2013 –, Hibisco roxo (2011), Americanah (2014) e o livro de contos No seu pescoço (2009), todos publicados no Brasil.

A escritora nigeriana nos chama atenção para o perigo de uma história única e para a necessidade de recontá-la a partir do ponto de vista das mulheres negras.

Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 7 milhões de visualizações.

Além de Chimamanda Ngozi Adichie, podemos destacar a atuação das escritoras de Moçambique nessa empreitada de tornar as mulheres negras protagonistas de suas histórias e vidas.

Os países africanos de Língua Portuguesa sofreram com a dominação colonial por muitos séculos e através da literatura africana vemos o desejo de construção de uma nova perspectiva da história dos países colonizados dando voz a aqueles que foram excluídos e silenciados.

A literatura exerce um papel determinante na consolidação dos espaços simbólicos, das identidades subjetivas, históricas, culturais e sociais. Assim, as escritoras negras encontraram um espaço para apontar os problemas trazidos pela colonização.

 Escritoras africanas –Paulina chiziane

Nascida no distrito de Manjacaze, província de Gaza, a 4 de Junho 1955 em Moçambique.

Suas línguas nativas são o Chope e o Ronga e aprendeu a língua portuguesa na escola. Iniciou os estudos de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane, porém, não concluiu o curso.

Em 1984, começou a publicar contos na imprensa moçambicana nas Revistas Tempo e Domingo.

Suas obras têm como principais temáticas:

  • Luta contra o preconceito racial;
  • Assimilação do negro;
  • Subjugação de valores africanos aos valores europeus;
  • A poligamia;
  • Escravidão;
  • Colonização;
  • As relações de subserviência das mulheres negras não só no lar, mas entre nações e grupos étnicos.

Um dos seus grandes sucessos é o romance ‘Niketche: Uma História de Poligamia’.  É uma das mais famosas escritoras africanas.

Em 2021, Paulina Chiziane foi a vencedora do Prêmio Camões, a premiação mais importante de literatura em língua portuguesa. É a primeira mulher africana a ganhá-lo.

“Nós, mulheres, somos oprimidas pela condição humana
do nosso sexo, pelo meio social, pelas ideias fatalistas que
regem as áreas mais conservadoras da sociedade. Dentro
de mim, qualquer coisa me faz pensar que a nossa sorte
seria diferente se Deus fosse mulher”.Paulina Chiziane, 2013

 Escritoras africanas –Noémia de Sousa

Por ser referência para todos os escritores, é considerada a “mãe dos poetas moçambicanos”. Nascida em 20 de setembro de 1926, em Lourenço Marques (hoje Maputo), Moçambique, e faleceu a 4 de dezembro de 2002, em Cascais, Portugal.

Estudou no Brasil, trabalhou como tradutora em Lisboa e exilou-se em Paris devido a sua oposição política ao Estado Novo.

Colaborou com diversas revistas e jornais literários da época como Mensagem (CEI), Mensagem (Luanda), Itinerário, Notícias do Bloqueio (Porto, 1959), O Brado Africano, Moçambique 58; Vértice (Coimbra) e Sul (Brasil).

Sua poesia traz o compromisso de uma geração que lutou pela libertação de Moçambique da dominação portuguesa. Sangue negro é o único livro de Noémia de Sousa, uma das nossas escritoras africanas. 

Quer se aprofundar na literatura de escritoras africanas? Conheça sites que são referência no assunto como o Buala e o Portal Baobabe. Boa leitura!

Texto por Franciele Guarienti- turma 2

Criadora do Portal Baobabe; Professora de português, francês, literatura e redação. Doutora em Literatura (2021) e mestra em Literatura (2015), licenciada em Letras Língua Francesa (2020), bacharela em Letras Língua Francesa (2019), todos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Experiência na área de letras, com ênfase em literaturas africanas de língua portuguesa, estudos pós-coloniais, diáspora africana, tradução, literatura comparada, literatura brasileira e literatura francófona.

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