Histofuturismo: lembrar o passado pra imaginar o futuro

homem negro vestido de camisa branca, usando um óculos de realidade virtual e fazendo movimento com as mãos

A primeira vez que ouvi o termo “Histofuturismo” foi num post da Monique Evelle, investidora no Shark Tank Brasil. Já tive a oportunidade de conversar com ela no Zoom, durante seu programa Club Creator, um papo que me marcou muito.

No post, a Monique apresentou a grandiosa Octavia Butler, e é sobre ela e esse conceito que quero conversar com vocês.

Butler foi uma escritora afro-americana pioneira na ficção científica. Suas histórias trazem à tona temas como identidade, desigualdade e poder. Coisas que a gente sente na pele antes mesmo de entender com palavras. Mesmo enfrentando dislexia e racismo, ela criou mundos possíveis baseados em vivências reais. Entre suas obras mais marcantes estão Kindred e Parable of the Sower, que continuam a influenciar leitores, autores, sonhadores e empreendedores ao redor do mundo.

O conceito de histofuturismo, que atravessa sua obra, me fez perceber que, de certa forma, eu já vinha aplicando isso na prática… sem nem saber o nome.

É imaginar o que ainda pode ser, a partir do que já foi vivido.

Não é fuga. É uma ferramenta. Não é ficção solta. É estratégia com raiz. 

E aí, “matutando” aqui, pensei: como eu, Alef, uso isso na minha própria caminhada?

Sou do interior da Bahia. Cresci ouvindo que precisava ser “bom em tudo” pra conseguir o básico. Estudar muito era uma forma de não acabar com “uma enxada na mão”. E, ironicamente, depois de passar pelo setor bancário, me formar, fazer MBA, empreender e hoje estar criando minha primeira startup, que busca gerar mais renda pra capinadores e outros profissionais, percebo que essa enxada, de certo modo, nunca saiu do meu caminho. Só mudou de função.

Quando a presença vira futuro

Durante meu MBA em Desenvolvimento de Startups, tive meu primeiro professor negro falando sobre inovação. Ali, eu me senti possível. A presença dele era, pra mim, um tipo de futuro que alguém ousou imaginar antes.

Hoje, quando penso em negócios, ideias e projetos, olho pra tudo que me cerca com atenção: observo o que se repete na minha comunidade, no que minha família viveu, no que meus amigos enfrentam e, principalmente, o que eu mesmo repito ou transformo

E é por isso que não sonho com carros voadores.

Sonho com capinadores bem pagos. Faxineiras valorizadas. Jovens que programam o próprio destino.

Porque pra mim, o futuro não é ficção científica. É uma construção estratégica.
E toda construção começa com um fundamento.

Esse é o meu jeito de aplicar o histofuturismo, lembrando do que já fomos, pra transformar o que ainda seremos.

Agora, quero te mostrar como você pode fazer isso também.
Porque você é seu maior projeto. E seu futuro precisa de um plano. Inclusive, você pode conhecer a newsletter em que falo sobre este tema no LinkedIn.

Aqui vão 6 passos simples, mas potentes:

Como aplicar o histofuturismo no dia a dia

1. Conheça o Passado
Busque entender a história da sua comunidade, da sua família, do seu povo.
As narrativas de grupos sub-representados guardam pistas do futuro.

2. Observe o Presente
Quais padrões você vê se repetindo?  Que mudanças estão em curso na sua vida, no seu bairro, no mundo?

3. Projete Possibilidades Futuras
Com base nas dores e conquistas do passado e presente, imagine cenários de mudança.
Não precisa ser perfeito… precisa ser possível!

4. Use a Criatividade
Escreva, desenhe, fale, cante, crie.
Seja como Octavia Butler: transforme vivência em visão.

5. Incorpore na Rotina
Faça escolhas pensando no futuro que você quer viver e que outras pessoas também merecem viver.

6. Compartilhe e Conecte
Troque ideias com pessoas fora da sua bolha, participe de conversas, fortaleça redes.
Sonhar em conjunto é uma forma de agir com mais força.

O histofuturismo é sobre imaginar futuros com propósito, a partir do que já vivemos e onde estamos agora. Quando ouço, estudo sobre mulheres negras empreendedoras e inovadoras, o meu futuro possível diz que eu vou ser a última geração de primeiros da minha família.

E você? Qual futuro vai ousar imaginar a partir da sua própria história?

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