Ali nascia um encontro de sons e vozes, que mesmo cantando sobre suas dores e saudades, seria um dos gêneros da música negra mais aclamados de todos os tempos. Nossa história começa em outros tempos na região do sul dos Estados Unidos da América, nesse local nascia o Blues.
O som surgiu com o canto de milhões de irmãos pretos escravizados que foram enviados a força para as regiões das Américas vindos de várias partes da África. Os pretos, da antiga e atual diáspora nos Estados Unidos e do mundo, tinham tradições como a oralidade, a dança e o canto, como parte de sua essência. Dois nomes desse período são notáveis: W.C. Handy, o “Pai do Blues”, e Ma Rainey, a “Mãe do Blues”. Ambos são cruciais para moldar esse gênero musical negro.
E nosso irmãos, escravizados, longe de suas terras, famílias e alegria, cantavam em senzalas, em raros momentos de descontração e em momentos de trabalho ou fuga. Para matar saudades de casa, pedir por fé, autoestima ou até mesmo se comunicar para estratégias de salvação. E não foi só o blues que surgiu a partir dessas vozes.
Jazz: a música negra em bares e boates
Com o passar do tempo, o blues passa a fazer parte do lazer em boates e bares, nos momentos de folga dos pretos e pobres. E mais adiante, na década de 1920, o ritmo se funde a outro, também popularizado pelos negros: o jazz. O estilo incorpora elementos de canto e letras do blues e instrumentos musicais como piano, sax e muito mais.
Com o tempo e a difusão dos ritmos de origem preta, o blues e o jazz passam a fazer parte dos eventos e bares de grandes centros norte-americanos, como Nova York.
Hip-hop: música negra contracultura
Nos anos 1980, o hip-hop se consolida como um dos mais populares movimentos de contracultura, expressão artística e social marginalizada negra. Mesmo visto como ritmo de alvos de brutalidade policial, também era tido como espaço de conexão e empoderamento de jovens norte-americanos.
Pelo hip-hop, eles podiam cantar e rimar e dançar sobre suas dores, batalhas e conquistas, seja nas esquinas, em rinhas de rimas ou em festas noturnas com músicas ao vivo. E a história não para por aqui.
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R&B: amor e saudade em música
Do Rhythm and Blues (R&B), outra vertente da música negra, nasce um ritmo mais emotivo, expressando amor e saudade. Grandes personalidades, como Aretha Franklin e Etta James, deixaram marcas duradouras nesse gênero. Nos anos 2000, Mary J. Blige, também conhecida como Rainha do R&B, se destacou como cantora, compositora e produtora, conquistando indicações ao Grammy Awards.
Conheça 5 artistas negras para se inspirar
O blues e seus desdobramentos da música afro-americana têm conexões ao longo do tempo, servindo para entreter, educar e expressar política, diversão e cultura.
A música é uma das contribuições da comunidade africana na diáspora ocidental, e seu legado é inesquecível.
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Texto por Aline Louise – Turma 5
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