Mais do que estética: beleza negra é valorização da autoestima

beleza negra

Você entende o que é Beleza Negra? Sabe o que significa esse movimento e quais os objetivos que ele deseja alcançar, ao mesmo tempo em que se une com o conceito de racismo estrutural? 

Confira o nosso post de hoje e descubra! 

O que é beleza negra?

Ao pensarmos no conceito de beleza, uma série de imagens podem vir à nossa mente, associando essa palavra a um elemento em comum: um vínculo direto às características (físicas e culturais) de padrões eurocêntricos, ou seja, relacionadas às pessoas brancas.

Por isso, a Beleza Negra, enquanto um movimento, surge para quebrar essa associação e fazer com que traços e referências negras sejam valorizados. 

Trata-se, portanto, do reconhecimento, valorização e exaltação do que é ser negro, sejam pele, cabelo, estilo, música, dança ou elementos diversos que evidenciam a identidade negra.

É a visão que quebra o padrão europeu, há muito determinado como o ideal, e coloca em evidência o que é inerente e único de um povo desumanizado por séculos em razão do racismo estrutural. 

Portanto, Beleza Negra é menos sobre simplesmente considerar uma pessoa negra bonita ou atraente. É enxergá-la enquanto um ser humano potente e capaz de ser modelo para outras pessoas e gerações.

Beleza negra e representação

Mas para que essa visão positiva da Beleza Negra exista, é imprescindível que haja representação. Ou seja, que pessoas negras de diferentes tonalidades, da pele mais clara à mais retinta, sejam vistas e reverenciadas em diferentes lugares de poder, principalmente na mídia.

Podemos citar cantores, atores, influencers, atletas e outras pessoas negras que ocupam diferentes espaços e são, hoje, consideradas referências de Beleza Negra:

Iza

A cantora é um dos maiores nomes da nova geração do pop brasileiro e vista como um ideal de beleza, sendo o rosto de diferentes marcas da publicidade do país.

Taís Araújo

Atriz com quase 30 anos de carreira, iniciou os passos na atuação, sendo colocada como modelo do que é ser belo, ainda que de forma sexualizada. Reinventou sua imagem e, hoje, aos 44 anos, é vista como uma das maiores representações de Beleza Negra no Brasil.

Gabi de Pretas

Influencer brasileira, ela começou dando dicas que valorizavam a Beleza Negra, além de falar sobre temas como veganismo. Hoje, mãe de dois filhos, também se tornou referência quando o assunto é adoção, ao mostrar todo o processo até a chegada das duas crianças.

Lewis Hamilton

Sete vezes campeão de Fórmula 1, além das conquistas dentro da pista, o piloto se destaca como um dos símbolos da beleza entre os homens. Além de ter um estilo muito próprio em meio ao ambiente formal e eurocêntrico da categoria de automobilismo.

Michael B. Jordan

Quase sempre colocado como um dos homens mais bonitos do mundo, o ator é referência quando o assunto é Beleza Negra.

Como reconhecer a beleza negra em si próprio?

Apesar das várias referências que temos hoje de pessoas negras que são valorizadas e celebradas por seus talentos e sua beleza, nem sempre foi assim. 

O racismo estrutural – intrinsecamente presente na cultura, política e sociedade como um todo – moldou um ideal do que pode ser visto como bonito e de bom gosto, e as pessoas negras não estavam incluídas nessa equação. 

Por esse motivo, reconhecer a si como belo ou bela pode ser uma tarefa mais complexa do que parece. 

Apesar disso, algumas dicas que podem ajudar são:

  • procure por pessoas negras parecidas com você para seguir nas redes sociais e usá-las como referência de estilo e comportamento;
  • cerque-se de pessoas que reconheçam a Beleza Negra em você e reafirmem isso;
  • aprecie elementos da cultura negra, como a dança, a comida, a música;
  • observe-se e perceba quais são os traços do seu corpo e/ou da sua personalidade que são belos e celebre-os!

Como vimos, o conceito de Beleza Negra vai muito além da estética: é sobre autoestima e autoaceitação. 

Por isso, valorizar esse movimento e incentivar que mais pessoas negras reconheçam em si mesmas a beleza que, muitas vezes, não conseguem enxergar, é também contribuir para uma geração de pessoas mais felizes e um exemplo de luta direta no combate ao racismo.

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Ana Roberta Amorim – turma 5 

Ana Roberta é jornalista e pós-graduanda em Direitos, Gêneros e Relações Étnico-Raciais (UPE). Ama tudo relacionado a produção audiovisual e se lembra de começar a escrever quase ao mesmo tempo em que começou a falar.

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